O fator que cria engajamento, comprometimento, senso de pertencimento e afeto é o mesmo fator que aumenta o desempenho e melhora os resultados
“O que tem capacidade de unir, conectar, atar duas ou mais coisas”. Essa uma possível definição de vínculo a ser encontrada em dicionários. Vínculos também ocorrem durante trocas intencionais durante uma inteiração social. Mas, indo ao tema de gestão de pessoa em empresas, como “unir, conectar, atar” uma pessoa a uma empresa? E por que possuir esse vínculo é bom tanto para a empresa quanto para o funcionário?
Existem dois tipos de vínculos que ocorrem nessas situações: de uma pessoa com o trabalho e de uma pessoa com a organização. O primeiro incluiu a relação dessa pessoa com as tarefas executas no seu trabalho, no seu cotidiano. Um bom vínculo com o trabalho só é possível quando o funcionário se sente satisfeito com o que é realizado por ele na instituição. Essa satisfação é uma variável de caráter psicossocial, ou seja, ela é o resultado de um estado emocional de prazer ao executar um serviço. Correlacionado a essa existe o engajamento ou o envolvimento, que ocorre quando estão alinhadas as motivação pessoais do funcionário com as funções do cargo, o que cria um significado do trabalho para a pessoa. Esse envolvimento eleva os níveis de bem-estar do membro, além de integrá-lo afetivamente à equipe a qual pertencente.
Já o segundo tipo de vínculo, da pessoa com a organização, resulta em um comprometimento do funcionário com a empresa. Simon Sinek, consultor de marketing e autor de diversos livros sobre liderança, na sua teoria do Golden Circle, diz que os discurso, de empresas e de pessoas são fundamentado em três ponto: o que, como e por. Ele diz que todas as empresas e pessoas sabem o que vendem ou fazem, várias sabem como vendem ou fazem isso, porém, pouquíssimas sabem o porquê, a razão de realizar essas vendas ou serviços, o motivo de sua existência; um “porque" bem estourado é o diferencial em grandes líderes e empresas. Um discurso de uma empresa que se inicia com “o que” é simplista, não causando engajamento ou comprometimento por parte dos funcionários. O autor diz ainda que quando uma pessoa é contratada pelo que faz, ela trabalhará pelo dinheiro. Contudo, quando essa pessoa é contratada por acreditar no que a empresa acredita, por compartilhar a visão e a missão da empresa, aquela poderá dar até o sangue para essa.
O vínculo com a empresa é estabelecido quando a relação de membro e organização é de reciprocidade, ocorrendo uma troca justa, isto é, o membro se esforça para oferecer um bom serviço para a empresa, enquanto essa faz retribuições financeiras e sociais ao membro, e também fornece conhecimento e experiência para ele.
Mas por que uma organização deve prezar pelo vínculo com o indivíduo? Quando esse vínculo esta presente, o membro se identifica com a organização, com os seus valores e com seus objetivos, desejando, assim, manter-se ativo nessa organização. Logo, um funcionário bem vinculado à empresa é disposto e esforça-se mais por esta, resultando em um melhor desempenho, além de nutrir sentimentos de afeto positivo pela empresa.
Referências:
Sinek, S. (2009). Start with why: How great leaders inspire everyone to take action. New York, N.Y.: Portfolio.
Siqueira, M. M. M., Gomide Junior, S. (2004) Vínculo do Indivíduo com o Trabalho e com a Organização. In: Psicologia, Organização e Trabalho no Brasil, Porto Alegre: Artmed.