Com o isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19, muitas empresas tiveram que readaptar suas rotinas de trabalho ao modelo do Home Office em um curto espaço de tempo. Dessa rápida mudança, resultaram uma série de problemas enfrentados por todos os membros, dentre eles, a dificuldade relacionadas a liderança. Assim, este artigo faz parte de uma série de publicações em nosso blog com a temática do Home Office, apresentando dicas para o enfrentamento das dificuldades em liderar à distância.
Mas antes de explorar as dicas, vamos definir o que é liderança:
Existem várias definições de liderança, cada uma com suas especificidades. Porém, podemos atribuir como dois aspectos gerais nessas definições, o fato de que toda liderança pressupõe uma relação entre pessoas (líder e liderados) e um direcionamento, ou seja, a execução de ações ou planos para que os objetivos do grupo sejam alcançados.
A liderança, portanto, é uma característica passível de desenvolvimento e aprimoramento, e requer uma série de competências e responsabilidades para ser exercida.
(Para se aprofundar mais nesse tema, sugerimos a leitura desses artigos: Como ser um bom líder? e Como ser um líder assertivo?)
Agora que entendemos um pouco mais sobre o que significa ser um líder, vamos às dicas para lidar os possíveis problemas enfrentados no Home Office.
1. Otimize o tempo das reuniões
Um dos problemas relacionado a comunicação entre líderes e liderados é com relação às reuniões online. Problemas de conexão, como delays, áudios cortados, imagens travadas e até perda de conexão do membro da chamada podem provocar ruídos, dificultar o engajamento nas reuniões e alongar demasiadamente as discussões.
Uma estratégia que pode ser usada para otimizar o tempo das reuniões é priorizar os assuntos a serem discutidos. Nesta priorização, devem ser consideradas a urgência do tema e se é necessário que haja discussão entre os membros.
Outros assuntos que não precisem necessariamente de uma conversa e discussão podem ser postados em outras redes de comunicação, como o slack ou mesmo os grupos no Whatsapp. Você pode criar threads para dúvidas, votações ou lembretes, por exemplo.
Dessa maneira, evita-se que os membros tenham que permanecer muito tempo em reuniões, além de movimentar outros canais de comunicação.
2. Incentive o protagonismo dos membros
O líder não precisa, necessariamente, ter todas as respostas e planos sobre como lidar com as dificuldades impostas pelo Home Office (aliás, ninguém tem). Isso significa que outros assessores podem ter desenvolvido estratégias próprias para enfrentar essas dificuldades, e podem compartilhá-las com o restante da área, ou mesmo com toda a empresa.
É o que a Movile tem promovido em sua organização com a criação da Wellness Week. Esta consiste em reuniões onde podem acontecer desde simples conversas descontraídas, até funcionários dando aulas de yoga ou aulas de finanças pessoais.
Com isso, a empresa consegue promover um espaço de acolhimento e descontração, em oposição às reuniões de trabalho, e os funcionários podem ser protagonistas, ensinando ou compartilhando especialidades próprias.
Podemos utilizar esse modelo como inspiração e sugerir reuniões onde os próprios membros possam compartilhar suas experiências e conhecimentos. Além de ser uma ótima maneira de integração, podemos conhecer outros aspectos das pessoas com quem trabalhamos, o que não seria possível com a rotina de trabalho a distância.
Portanto, pergunte aos membros sobre suas experiências e conhecimentos. Gostariam de marcar um encontro para tomar um café online? Alguém toca algum instrumento? Por quê não realizar uma apresentação musical? Ou mesmo dançar um Fit-dance a distância? As possibilidades são inúmeras, sendo uma estratégia apresentada pela Movile muito preciosa.
3. Estabeleça regras e limites
Uma ilusão que parece constante neste período de Home Office é que, trabalhando em casa, temos mais tempo e disponibilidade para nos dedicarmos. No entanto, essa ideia tem tido desdobramentos prejudiciais para a saúde de alguns membros, que acabam trabalhando nas tarefas do time muito além do necessário e em horários, por vezes, não apropriados.
Além disso, a falta de combinados pode adicionar um fator estressante, visto que o membro está sujeito a receber uma mensagem ou uma solicitação de tarefa em qualquer momento do dia, de forma imprevisível.
A previsibilidade pode ser um fator muito importante para a construção de uma rotina, ainda mais no contexto incerto em que vivemos. Assim, uma outra estratégia que pode ser sugerida pelos líderes das equipes é estabelecer regras para o ambiente de trabalho.
Essas regras podem ser referentes aos dias da semana em que espera-se que o membro realize as tarefas do time e, dentro desses dias, os horários nos quais se encontra disponível para responder mensagens e solicitações.
Esses combinados, apesar de parecerem rígidos, na verdade demarcam a carga horária e estabelecem limites. É importante que os líderes sejam flexíveis e compreendam que uma queda no desempenho e produtividade é esperada, dada a situação. Dessa forma, as regras possuem um caráter dinâmico, e podem ser repensadas e re-acordadas ao longo do tempo.
Dessa maneira, caso os membros no decorrer do tempo, demonstrem uma boa adaptabilidade ao contexto da pandemia, pode-se pensar em estratégias de resgate gradual da produtividade anterior
4. Feedbacks e Acompanhamento de Membros
A prática dos Feedbacks é essencial para garantir um bom clima organizacional, sendo uma competência muito importante a ser desenvolvida pelos líderes. (Entenda mais sobre a relevância dos feedbacks clicando aqui).
No atual momento, com o afastamento físico entre os membros, essa prática pode acabar sendo deixada em segundo plano, dificultando o acompanhamento dos membros.
Por isso, sugerimos aos líderes que reintroduzam os feedbacks em todos os momentos possíveis. Antes de uma reunião online começar, por exemplo, pergunte aos integrantes como eles estão, como tem sido a semana e se eles têm encontrado dificuldades em realizar as atividades da área. Isso abre um espaço para compreender melhor o contexto dos outros assessores e se os combinados (discutidos no tópico anterior) estão fazendo sentido.
Você também pode terminar uma reunião pedindo feedbacks sobre a mesma, para entender como os membros estão saindo dela. A reunião cumpriu o propósito? O que foi discutido foi bem compreendido? A conversa contribuiu para a motivação dos membros, ou acabou sendo mais desgastante? Essas perguntas são alguns norteadores que podem auxiliar na compreensão da origem de alguns problemas.
Estar aberto às críticas construtivas e construir em conjunto novas estratégias para tornar as reuniões mais dinâmicas podem contribuir para um melhor engajamento e motivação.
Outra estratégia pode ser um acompanhamento mais individualizado de cada um dos membros. Isso irá depender da quantidade de integrantes da área e da disponibilidade de tempo de cada um, e pode ser realizada com espaçamento de tempo maior para não sobrecarregar o líder.
Desse modo, desde mandar uma mensagem perguntando como estão as coisas, até marcar uma reunião somente entre os dois, se enquadram como acompanhamento do membro. Além disso, possibilitam um olhar mais íntimo, nem sempre disponível em reuniões grupais.
Leia mais sobre como implementar um Acompanhamento de membros em sua empresa neste artigo.
5. Adie Grandes Mudanças e Reestruturações
O cenário atual de Home Office exige mudanças significativas em nossa rotina e na forma de trabalhar. Nesse sentido, a forma como realizamos as reuniões e o acompanhamento dos membros precisam ser repensadas, considerando o engajamento e a motivação dos assessores.
Também pode ser o momento de reavaliar as metas da empresa e dos times, visto que elas podem não fazer mais sentido nesse novo contexto.
No entanto, sugerimos não realizar mudanças estruturais nesse momento, como uma reestruturação de áreas, ou a implantação de novas ferramentas de comunicação.
Isso porque é provável que os membros já estejam passando por dificuldades na readaptação da rotina de trabalho, como assinalado. Uma mudança brusca pode ser recebida como mais um fator estressante e desestabilizador.
Ademais, o distanciamento social dificulta que você, como líder, possa prover o acompanhamento e apoio apropriados para cada membro nessa transição de modelos. Se sua EJ tinha planos para uma reestruturação de áreas ou estava passando por uma antes da pandemia, talvez seja melhor reconsiderar.
Dessa forma, sugerimos que os esforços sejam mais direcionados para a adaptação dos processos já realizados na empresa, do que na reestruturação desses processos.
As dificuldades em liderar em meio a uma pandemia são inúmeras e, a cada dia, novos desafios são apresentados. Sem a pretensão de esgotar o tema, buscamos trazer neste artigo algumas dicas e sugestões de como enfrentar essas dificuldades. No entanto, caso tenha alguma dúvida sobre um tópico ou dificuldade não apresentada aqui, ficaremos muito felizes em ajudar se entrar em contato.
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