O termo “comunicação não violenta” foi cunhado pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que buscou entender a maneira como a comunicação poderia influenciar as relações humanas.
Nesse sentido, a intenção é trazer a relação entre a comunicação não violenta (CNV) e o clima organizacional, contendo dicas de como aplicá-las em sua empresa!
Quando nos encontramos em situações em que haja algum tipo de conflito com outras pessoas, tendemos a atribuir a esse outro a culpa pelos acontecimentos e sentimentos gerados em nós. Quando esses sentimentos ou pensamentos são externalizados por meio de palavras, costumamos, mesmo que sem intenção, atribuir ao outro culpa, medo, dor e/ ou vergonha.
Por isso, Marshall embasa sua teoria no pressuposto de que “todo ato violento é a expressão trágica de uma necessidade não atendida”.
É denominado trágico porque ao fazer tais atribuições, desconsideramos o fato de outro também ter sentimentos, optando por julgamentos e imposições do que queremos na situação, em vez de expressar nossos sentimentos e pensamentos.
Pode-se dizer que a base da Comunicação não violenta, segundo o livro de marshall, é a compaixão, estar disposto a ouvir o outro de modo empático, mas disposto a realizar algo que mude de fato a situação. É sobre a compaixão que vai fundamentar os quatro eixos da CNV, os quais são:
1. Observação: observar os fatos sem imputá-los algum juízo de valor, sem determinar se são bons, maus ou corretos.
Ex: um bom exercício seria dizer “Pedro chegou 30 minutos após o combinado” em vez de “Pedro sempre chega atrasado”
2. Sentimento: Ao observar um fato, se atentar a qual sentimento lhe causou.
Ex: “me senti triste”, “me senti frustrado”
3. Necessidades: reconhecer como as necessidades se relacionam com os sentimentos identificados.
Ex: sentimentos negativos são originados de necessidades não atendidas, então “fiquei triste com o atraso de Pedro”.
4. Pedido: pedir algo que possa satisfazer a necessidade não atendida, utilizando-se de linguagem e ações positivas, pedir que algo seja feito e de maneira clara, construídos com ações concretas.
Ex: “Pedro, peço-lhe que amanhã, você chegue às oito horas da manhã”
E como relacionar a comunicação não violenta no contexto organizacional?
Para Ferreira (2017), a boa comunicação se faz fundamental no desenvolvimento pessoal dos colaboradores de uma empresa, os eixos em que a CNV foi fundamentada contribuem para um bom relacionamento entre os profissionais, abrindo caminho para inovações em equipes, melhor atendimento aos clientes.
Uma das possíveis formas de utilizar a CNV no contexto organizacional é na realização de feedbacks.
A comunicação não violenta auxilia dando suporte e segurança no momento em que se é preciso expressar algo para outro profissional dentro da organização. De maneira assertiva e empática você permite que a pessoa se conecte ao que está sendo passado a ela, aumentando as possibilidades de mudança em suas atitudes, fazendo com que ela realize o que está sendo pedido.
Dessa forma é possível estimular a autonomia dos profissionais, sem que ordens precisem ser expressas para que algo seja realizado, favorecendo a maior produtividade, pois nessa prática, deixa-se de lado a fala autoritária.
Assim, utilizando os quatro fundamentos da CNV é possível que os colaboradores sintam-se acolhidos e passem a entender as necessidades, o que dará sentido ao seu trabalho e melhorando consequentemente o clima organizacional.
É válido ressaltar que a CNV é uma forma de mediar e resolver qualquer tipo de conflito vivenciado no ambiente organizacional, o importante é fazer-se entender de maneira objetiva, assertiva e principalmente empática para que os colaboradores consigam se sentir acolhidos e consigam modificar suas atitudes em prol de um bom clima organizacional
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